Livro - A formiga leão e outros animais na Guerra do Paraguai
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  Lançado no momento em que o Brasil rememora os 150 anos da batalha naval do Riachuelo, uma das mais importantes da Guerra da Tríplice Aliança, o livro A formiga-leão e outros animais na Guerra do Paraguai, de Sérgio Medeiros, é um ensaio literário que se propõe a falar desse conflito, o mais sangrento da história da América do Sul, de uma perspectiva diferente: a dos animais.   Tomando como referência os escritos memorialísticos do Visconde de Taunay, o livro de Medeiros apresenta ao leitor o elenco de animais de grande e pequeno porte que o escritor e militar carioca encontrou na fronteira do Brasil com o Paraguai, durante o referido conflito bélico.   Ora se identificando com esses animais, ora execrando-os, Taunay descreve em sua obra a batalha pela vida que eles travam, ao lutarem uns contra os outros e contra os soldados brasileiros e paraguaios que invadiram o seu território.Medeiros, no livro, cita autores do século XX, como Ernst Jünger, Curzio Malaparte e Primo Levi, os quais, como o Visconde de Taunay no século XIX, também descreveram a guerra se valendo da atuação de animais nela.   Bastante revelador é o paralelo que ele propõe entre Taunay e Augusto Roa Bastos, o maior romancista paraguaio. Roa Bastos, num de seus romances, reconta a história do seu país, da Guerra do Paraguai até o final do século XX, recorrendo à figura da grande serpente, a sucuri, a qual também aparece nos escritos do autor brasileiro, como símbolo da fronteira entre os dois países.Entre a larva da formiga-leão e a sucuri descomunal, vários outros animais, como a muquirana, o jabuti e o burro, assomam nas páginas deste livro, escrito por um estudioso da obra do Visconde de Taunay que é também poeta e ficcionista, além de tradutor e professor titular na UFSC.

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