Livro - As duas guerras de Vlado Herzog
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VENCEDOR DO PRÊMIO JABUTI 2013 - Livro do ano (Não-Ficção) Audálio Dantas, autor e um dos protagonistas de As duas guerras de Vlado Herzog, recorre as suas próprias memórias, além de leituras, depoimentos, e da apuração rigorosa do contexto em que a morte de Vlado ocorreu para reconstituir a verdade dos fatos por trás do dramático episódio. “Acompanhei, ao longo dos anos, praticamente tudo que se escreveu a respeito em jornais, revistas, livros e teses acadêmicas. A leitura de inúmeros textos levou-me à conclusão de que eu tinha uma dívida a pagar. Era preciso, em muitos casos, tentar repor a verdade dos fatos, preencher lacunas de informações, apontar inverdades e até omissões propositais. Escrever este livro tornou-se, para mim, uma tarefa irrecusável”, relata Dantas. O autor também resgata o corajoso papel desempenhado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na denúncia de um assassinato cometido num aparelho do Estado. “Este livro é uma tentativa de reconstituição de um tempo ruim. Centrado nos tumultuados dias de outubro de 1975, quando a fúria dos agentes do lado mais escuro da ditadura militar golpeou a fundo a categoria dos jornalistas, ele mostra os acontecimentos do ponto de vista de quem os viveu intensamente. Eu, por exemplo, que não tenho dúvidas de que aqueles foram os dias mais angustiantes da minha vida”, afirma. O ponto de partida é a saga da pequena família Herzog em fuga desesperada da Iugoslávia para a Itália, durante os dias de horror da Segunda Guerra Mundial. Fugiam da guerra que despedaçava a Europa e da perseguição nazista aos judeus. Para trás ficou o que restava da família, em sua maior parte assassinada nos campos de concentração. Para sobreviver, o menino judeu Vlado Herzog aprendeu dolorosas lições de fuga. Ele vivia a sua primeira guerra. A segunda viveria no Brasil, país a que chegou aos 9 anos. A paz que ele e seus pais acreditavam ter encontrado aqui terminou um dia na escuridão de uma sala de tortura. “Ao escrever este livro, não tive a pretensão de esgotar o assunto, mas sim acrescentar novas informações e jogar um pouco mais de luz sobre o que se pode considerar um dos capítulos mais importantes da história recente do Brasil”, conclui Dantas.

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