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Capital!, a - Globo
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Informações do Produto
Escrito possivelmente entre 1877 e 1884, o romance A capital ficou inacabado e acabou sendo editado por seu filho, em 1925, mas segundo criterios muito problematicos. Esta edicao critica de Luiz Fagundes Duarte e um marco nas edicoes das obras de Eca de Queiros pelo cuidado e minucia com que cotejou todos os manuscritos deixados pelo autor, alem de eventuais partes publicadas em periodicos da epoca, resolvendo o caso mais complicado, em termos de critica texual, no conjunto das obras queirosianas. Esclarecendo obras e autores citados, Carlos Reis compilou as notas ao texto. A volume traz ainda Nota introdutoria , assinada por Manuel da Costa Pinto, coordenador da Colecao Classicos Globo, que abriga esse titulo. Complementando a edicao, Elza Mine assina o Posfacio, que realiza um apanhado da presenca do autor no Brasil, fornece indicacoes sobre a genese e a historia da obra e destaca alguns de seus aspectos. O volume e encerrado com uma cronologia bastante detalhada da vida e da obra do autor. Originalmente, Eca de Queiros pretendia incluir seu romance no conjunto de textos que ele intitulava de Cenas portuguesas , na esteira de Balzac e sua A comedia humana. O romance narra a historia de um ingenuo rapaz de provincia, Artur Corvelo, com 25 anos, que quer ser um grande literato e para isso vai para Lisboa estudar. Com a morte dos pais, tem de voltar a mediocre vida na provincia, mas recebendo uma heranca, retorna para Lisboa (o sonho de morar na capital! - dai a exclamacao do titulo), onde desbarata grande parte do que ganhou tentando inserir-se no mundo culto e dos literatos da epoca ou sendo enganado por todas as pessoas com as quais se relaciona. Seus textos literarios estao abaixo do mediocre e atraves deles o autor desfere golpes fatais contra o romantismo, do qual Artur Corvelo seria um epigono irrelevante. Acaba indo viver com uma prostituta, que o engana com seu melhor amigo e depois desaparece deixando-o arruinado. Paralelamente, Eca de Queiros esmiuca o cotidiano dos saloes cultos, dos teatros e dos jornais de Lisboa, tecendo em detalhes o ambiente das redacoes, seus personagens e a construcao de famas literarias artificiais. Entre nos, nao seriam poucos os paralelos que poderiam ser estabelecidos entre esse romance de Eca de Queiros e o de Lima Barreto, Recordacoes do escrivao Isaias Caminha, quase tao ingenuo quanto o personagem de Eca e tambem as voltas com as redacoes dos jornais do Rio de Janeiro no mesmo periodo. Desfeitos todos os seus sonhos, Artur volta para a provincia onde passa a viver a espera de uma outra oportunidade para voltar a capital. Esse romance de formacao as avessas ainda ilude o leitor com a indicacao comecos duma carreira . Na realidade, mal essa carreira comeca e ja esta aniquilada, sendo essa a suprema ironia do subtitulo da obra.