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Livro - Agora, agora e mais agora
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Historiador irrequieto, ensaísta brilhante e fundador de um partido político em Portugal, Rui Tavares se mostrou um irresistível podcaster com Agora, Agora e Mais Agora, programa produzido pelo jornal Público durante a pandemia da Covid-19 e lançado em 2024 em livro homônimo pela Tinta-da-China Brasil.
Retido nos Açores durante a pandemia de Covid-19, o ensaísta decidiu entregar-se a um projeto de livro que partisse de Al Farabi, erudito árabe que entre outros feitos daria nome à palavra "alfarrábio", e chegasse até os nossos dias. A história acabou ganhando forma de podcast, que conquistou centenas de milhares de ouvintes em Portugal e no Brasil durante o período de quarentena e impressionou pela “densidade informativa e a qualidade literária”, conforme observou Reinaldo José Lopes em crítica na Folha de S.Paulo.
Agora, Agora e Mais Agora percorre a história das ideias sob diferentes óticas — social, cultural e política —, tratando de temas como o fanatismo contra a filosofia, a globalização e a soberania, o ódio e a fraternidade, a imigração e os refugiados. Ainda que o autor esteja dissertando sobre tempos remotos e personagens singularíssimos, o ponto de fuga é sempre o momento presente, nossos dilemas históricos, nossas polêmicas políticas.
Rui Tavares oferece “seis memórias do último milênio” a partir de perfis de pessoas de épocas variadas, sempre reagindo a desafios de seu tempo. Da Ásia Central ao Mediterrâneo, o ensaísta recupera um Iluminismo perdido no Oriente, passa pela Peste Negra e por Robinson Crusoé, até chegar na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Seu repertório múltiplo e erudito se oferece também como uma história alternativa da modernidade. Tais memórias tentam responder à pergunta que o historiador português recupera do passado de sua própria família, e que primeiro foi formulada por sua bisavó, que depois de um AVC só conseguia repetir uma única frase: “Agora, agora e mais agora?”.