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Livro Os Caminhantes de Santa Luzia - Conto Brasileiro Profundo e Impactante - Biblioteca Azul
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Os Caminhantes de Santa LuziaA narrativa de peregrinos da fé, místicos pobres do sertão do nordeste, que, enfrentando as agruras da existência miserável, se voltam para a misericórdia transcendente da divindade, para a ideal Cidade de Deus, que curaria as pérfidas distorções da cidade dos homens, desvela algumas das questões mais profundas da história brasileira. Assim, a figura da beata Luzia, que se torna mártir, mas jamais atinge a santidade, é composta a partir de uma galeria de personagens, reais e fictícios, da formação do país. Simultaneamente ingênua e clarividente, misto de Antônio Conselheiro, Rasputin sertanejo, e Joana D ́Arc, com ecos de São Bernardo, Vidas Secas, Grande Sertão: Veredas, Luzia encarna as contradições oriundas do drama cotidiano, da busca do pão, e do apelo ao divino, à ordem do sobrenatural.Religião e política não são, portanto, discursos estanques, e o pecado e a corrupção ética mais chã se imiscuem em senhores e coronéis, numa ordem infernal em que a ausência de solidariedade, a busca exclusiva pelo ganho pessoal, para o qual se justifica toda sorte de artifícios e perversidades, dão o tom de um mundo pretérito, arcano, no qual o relógio do tempo da transformação política e da modernização democrática das relações pessoais parece estar partido, tonando-se, por isso mesmo, tristemente atual.Se falar de sua aldeia é falar do mundo, como apontaria, com aguda percepção, Tolstói, Ricardo Ramos, fiel ao projeto regionalista, dá conta, ao tratar de tema tão brasileiro, de algumas das questões mais profundas da condição humana. Afinal, em sua obra, que reflete acerca dos descaminhos do sagrado e do profano, o autor se debruça, com a delicadeza do miniaturista que se notabilizou na arte do conto, sobre a análise dos dramas da alma brasileira. Que são aqueles mesmos de todos os homens.Sobre o AutorRicardo Ramos nasceu em 1929 em Palmeira dos Índios (Alagoas), quinto filho do escritor Graciliano Ramos e primeiro de Heloísa de Medeiros Ramos. Na primeira infância, em uma Maceió que intensifica sua vida cultural, Ricardo vive num ambiente de escritores, que inclui José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Aurélio Buarque de Holanda e Valdemar Cavalcanti. Em 1936, Graciliano é preso em Maceió por motivos políticos e levado ao Rio de Janeiro. Heloísa parte para o Rio com as duas filhas menores. Ricardo vai morar com o avô materno. Inicia sua educação formal, ficando em Maceió até concluir o ginásio com os irmãos maristas. Retoma o contato com o pai somente em 1944, aos quinze anos, no Rio, onde inicia a atividade jornalística, ao mesmo tempo em que cursa direito. Começa a escrever contos e a trabalhar em publicidade. Em 1954, publica Tempo de espera, primeiro de nove volumes dedicados à narrativa curta. A publicidade leva-o a se mudar para São Paulo, onde residiria por mais de trinta anos. É autor de dois romances, três novelas juvenis e dois ensaios. Foi traduzido para o inglês, espanhol, alemão, russo e japonês. Foi também editor, professor da ESPM e presidente da União Brasileira de Escritores (UBE). Faleceu em São Paulo, em 1992.Capa comum: 184 páginasEditora: Biblioteca Azul; Edição: 3a (3 de abril de 2009)Idioma: PortuguêsISBN-10: 8525054992ISBN-13: 978-8525054999Dimensões do produto: 20,6 x 13,6 x 1,2 cm