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Livro - Como se mata uma ilha
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Como se mata uma ilha, o primeiro livro de contos de Priscila Pasko, traz 37 contos líricos e filosóficos, que ganham intensidade na medida em que a leitura avança, “deixando a leitora e o leitor em estado de suspense”, como observa a professora da UFMG Constância Lima Duarte, na orelha do livro. Priscila não tenta explicar, diz a psicanalista e escritora Diana Corso, no prefácio do livro, “apela à sabedoria que só a poesia empresta”.
São textos curtos que apresentam as mulheres como protagonistas: são tias, avós, irmãs, vizinhas que se relacionam, observam a si mesmas e o mundo. Ali também estão mães e filhas, as zonas sombrias e ensolaradas da maternidade. A relação entre mulheres é percebido também no diálogo que Priscila trava com outras escritoras, sotaques percebidos nas epígrafes e na própria escrita.
O cotidiano ganha importância nos pequenos fragmentos, deixando evidente o lirismo que cerca os pequenos gestos. Está presente em um passeio de ônibus pelos bairros nobres da cidade (Pela janela) ou na menina que observa atenta a fervura do leite (Lava de leite). Contudo, quanto mais a leitura avança, o tom sombrio e, por vezes, incômodo, se instala. Pesadelos invadem a vigília (Noite convulsa); grávidas se negam a parir e prometem vingança (Nem que caia o céu) e o simples ato de descascar batatas se revela uma batalha permeada de reflexões filosóficas.