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Livro - Dia da libertação
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Depois do premiado Lincoln no limbo, o mestre do conto contemporâneo está de volta com uma nova coleção de fantasias sombrias e narrativas cheias de humor e absurdo.
Em Dia da libertação, George Saunders volta a empregar seu talento elástico para criar composições ficcionais incomuns. São nove textos de estilo e arranjo variados, que tratam de quem somos nós nesse mundo incompreensível em que vivemos. Tal os personagens deste livro, somos aqueles incapazes de perceber as construções sociais e familiares que nos obrigam a cumprir tarefas que nunca se completam, vivendo numa espécie de atuação permanente para uma suposta audiência que nunca chega. Somos também aqueles que, ao tentar fazer o que é certo, descobrem que a cada ação embrenha-se mais e mais numa cadeia de efeitos que só nos afasta da certeza e da correção. Vivemos num mundo onde as relações estão contaminadas pelo uso inescrupuloso e automatizado da linguagem, em que todos os dias se viola “mais uma norma de decoro” a ponto de não restar “nenhuma forma de indignação”. Somos trabalhadores lobotomizados para a satisfação de uma “companhia”, escravizados num parque de diversões, ou então temos nossas memórias apagadas e nos tornamos zumbis extremistas. Mas somos também mães e pais de família protetores, com histórias de trabalho, de traição, ganância e ciúmes. Ao percorrermos estes contos, Saunders nos faz sentir um prazer estranho, como o de “um fantoche que, apanhado no chão, desfruta das mãos que repentinamente o manipulam”. Um livro desconcertante e libertador.
“Num futuro próximo, um avô explica como os americanos perderam suas liberdades por meio de pequenas concessões a um governo autoritário. Pessoas vulneráveis sofrem lavagem cerebral e são reprogramadas como manifestantes políticos. Pobres são escravizados para entreter os ricos e forçados a recriar cenas da história americana. Nestes relatos poderosos e perspicazes, George Saunders evoca uma nação em declínio moral e espiritual, onde atos de bondade cintilam como luzes na escuridão.” — Esquire