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Livro - O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da Era do Jazz
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“O curioso caso de Benjamin Button”, o famoso conto de F. Scott Fitzgerald (1896-1940), que inspirou o filme homônimo dirigido por David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Cate Blachett – e que conquistou 3 estatuetas do Oscar em 2009 –, é uma das envolventes narrativas deste livro, que chega às livrarias em nova edição. Trata-se da fantástica história de um homem que nasce velho e vai rejuvenescendo ao longo da vida. Seu desenvolvimento se dá de maneira contrária ao normal: tendo nascido com aparência de um septuagenário, “ao completar dezoito anos, Benjamin era ereto como um homem de cinqüenta; tinha mais cabelos (...), o passo era firme, e a voz perdera o tom tremido e rachado (...)”. Na tentativa de adaptação às roupas e brinquedos, na escola e universidade, no seu amor pela bela garota que vira nele um homem maduro e cujas idades vão-se aproximando até se inverterem, acompanhamos a estranha vida deste homem especial, personagem maestralmente criado por Fitzgerald e que agora se torna ainda mais conhecido do grande público a partir do cinema. O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da Era do Jazz, escrito em 1922 e publicado com o título de Seis contos da Era do Jazz e outras histórias, reúne os mais emblemáticos contos do consagrado escritor norte-americano, na tradução de Brenno Silveira, que assina, ainda, o estudo introdutório. “Era do Jazz”, o nome dado por F. Scott Fitzgerald ao momento de frenesi vivido nos EUA, principalmente, e também na Europa pós-Primeira Guerra, significava muito mais que música. Toda uma geração aturdida pelas lembranças e dificuldades dos anos anteriores parecia querer aproveitar cada momento como se fosse o último – e mal sabiam que toda a euforia da década acabaria com a crise de 1929. Nos anos de 1920, a rigidez dos costumes se flexibilizava, as mulheres chegavam ao mercado de trabalho e tornavam-se mais independentes, anunciava-se uma época de modernidade, velocidade, com seus automóveis e, ao som de jazz, intelectuais produziam em meio a intermináveis festas, com uma criatividade que transformaria o panorama mundial das artes. Seja na fantasiosa história de Benjamin Button, seja nos outros contos, verossímeis, o autor expõe não apenas essa intensidade que marcou sua época, sua vida e sua literatura: narra as vidas de seus personagens – homens bem-sucedidos, boas-vidas, maridos e mulheres insatisfeitos, os então recentes estudos de psicanálise – com cuidado de historiador e talento de ficcionista, consagrado por seus romances O grande Gatsby e Suave é a noite. A vida e a obra do autor misturam-se, não raro encontraremos traços do próprio Fitzgerald, da esposa Zelda e dos amigos nas histórias. É que, como disse o próprio: “Todos os meus personagens são Scott Fitzgerald, até as mulheres são Scott Fitzgerald.” Além de “O curioso caso de Benjamin Button”, o livro traz “O boa-vida”, “As costas do camelo”, “Tarquínio de Cheapside”, “Ó feiticeira ruiva!”, “O resíduo da felicidade”, “O conciliador”, “Sangue ardente, sangue-frio” e “A soneca de Gretchen”.