Livro - Globalização
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Depois de criticar todas as falhas e erros da globalização, especialmente danosos para os países em desenvolvimento, o prêmio Nobel, ex-assessor do presidente Clinton e ex-economista-chefe do Banco Mundial volta à carga neste Globalização: como dar certo; desta vez para apresentar propostas no sentido de fazer a globalização funcionar a favor dos países mais pobres do planeta. Sem poupar críticas ao FMI, que teria enfiado goela abaixo dos países em desenvolvimento as diretrizes neoliberais do chamado Consenso de Washington (redução ao mínimo do papel do governo, liberalização total, privatização total), Joseph E. Stiglitz mostra como essas políticas aumentaram a pobreza e a desigualdade e as contrapõe ao caminho tomado pelos países asiáticos, que não abriram mão de um papel forte do governo na direção econômica. Stiglitz questiona ainda as políticas que só se preocupam com o combate à inflação e as mensurações do desenvolvimento que só levam em conta o PIB, mostrando que muitas vezes o PIB vai bem, mas o povo vai mal. Para mudar o cenário da globalização, o autor quer uma mudança de mentalidade e propõe reformas concretas em áreas como comércio internacional (fim dos subsídios agrícolas, relativização dos direitos de propriedade intelectual), dívida externa (perdão para os países mais pobres, leis internacionais de falência, fim das condições para "ajuda" do FMI que só beneficiam os credores), aquecimento global (criação de um imposto sobre emissões de carbono e uso de combustíveis fósseis), monopólios multinacionais e corrupção (limite ao sigilo bancário, compromisso social das empresas) e sistema mundial de reservas (criação de uma nova moeda internacional de reserva). Sobretudo, Stiglitz propõe um novo contrato social global entre países ricos e pobres. Para ele, a reforma da globalização, mais do que um problema econômico, é uma questão política, e é preciso democratizá-la. A começar pelas instituições internacionais como Banco Mundial e FMI, dirigidas pelos EUA principalmente e por outros países industriais avançados, que precisam ser mais transparentes e mais equânimes. Só assim um outro mundo, mais justo e menos desigual, será possível.

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